domingo, 4 de julho de 2010

Será que o cinema morre com a internet?

Eu que adoro cinema e tem alguns filmes que só tem graça vendo em um telona dentro de um cinema, porque não existe tv de plasma ou LCD que substitua um cinema para mim. Mas, muitas vezes fico meditando sobre esse assunto. O cinema tende a morre com a internet? Fica aqui minha pergunta.

Na década de 80, do século passado se preconizou que o cinema iria terminar em função da disseminação dos conteúdos de cinema em vídeo. De fato houve uma diminuição das salas de cinema e sua adequação aos novos tempos com mais salas dentro de um mesmo espaço, oferecendo uma programação mais flexível. A multiplicação de locadoras de vídeo deu aos espectadores controle sem igual sobre o que viam, anunciando a interatividade.

As novas tecnologias de televisões de alta definição, recursos de interatividade e aparelhos DVD, diminuem a audiência dos cinemas em todos os países globalizados. Alia-se a esta realidade o crescimento dos acessos a internet e suas possibilidades de disponibilização de conteúdos fílmicos.

Estamos vivendo a transição da supremacia da televisão e a reconfiguração à nova mídia da Web. A convergência de mídias já está entre nós há anos e nos possibilita a captura filmes da web, seu armazenamento em PCs e sua exibição, através de cabos, em TVs. Hoje
tecnologias sem fio também podem fazer a ligação destes mundos.

Existem algumas questões que estão sendo gestadas, como em relação a necessidade de adaptação e até mesmo transformação com relação as linguagens criadas e desenvolvidas especialmente para produções direcionadas para internet, como por exemplo a linguagem da interatividade.

As tecnologias digitais avançadas e cada vez mais difundidas contribuem para o processo de massificação e pulverização da criação audiovisual. Os custos para aquisição de tecnologia digital estão cada vez mais acessíveis a todas as camadas da população. Os suportes como a internet e o celular, ferramentas cada vez mais fáceis e disponíveis ao público, popularizam e ampliam o espectro de audiência.

Os novos tempos poderão mudar a forma de assistirmos a um filme, tanto do ponto de vista de quem faz, quanto de quem assiste. O vídeo já oferecia uma certa autonomia nas condições de recepção e visualização de uma obra com as possibilidades de avançar, retroceder, pausar. Controle este que o cinema não proporciona em seu local original. Nos tempos atuais, pela internet ampliou-se muito mais as possibilidades de operações possíveis, tais como, editar, apagar, sobrepor, distorcer, fundir. Os programas estão a disposição do usuário. O cinema na internet possibilita a interatividade.

Mais do que isso, hoje em dia, todos podem fazer seus filmes, seja com utilização de câmeras digitais, que tem seu custo a partir de quinhentos dólares americanos, ou utilizando câmeras em celulares amplamente disseminadas, bem como ilhas de edição domésticas obtendo excelente qualidade. Todos podem concretizar suas idéias, desde que estejam bem dimensionadas. Mesmo que falte estética e técnicas aprimoradas. A igualdade de oportunidades é mais real que nunca. E o celular, mais ainda que a internet permite a visualização praticamente em tempo integral.

O fato é que há ainda uma carência conteúdos com roteiros criados e pensados a partir e para esta mídia ( internet) especificamente, onde a qualidade de texto, pertinência de idéias, soluções criativas, possibilite desdobramentos tanto na linguagem quanto interatividade, e, justifiquem maiores investimentos de empresas, governos e profissionais independentes.


Quem ainda gosta de sair de casa e ir ao cinema?

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